"I have no choice but to direct my energies toward the acquisiton of fame and fortune. Frankly, I have no taste for either poverty or honest labor, so writing is the only recourse left for me." Hunter S. Thompson
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Ted
Excelente estreia de Seth MacFarlane em cinema (primeiro argumento e primeira realização). O urso propriamente dito é o boneco do ano, e Ted está, necessariamente, na nata do que 2012 viu em comédia.
O filme evidencia-se pela tremenda qualidade do texto do celebrado criador de Family Guy, nas piadas e nas gags, e pelas excelentes personagens. Numa noite de Natal, um miúdo desejou que o seu peluche favorito ganhasse vida, e teve um milagre à altura. Depois, cresceram juntos (um mimo a sequência de fotos com os anos a passar), e a acção ocorre nos mid 30s do protagonista, um tipo extraordinariamente divertido, mas imaturo, que se vê, nessa fase da vida, sem um trabalho que lhe dê perspectivas, a desiludir a mulher de quem gosta, e a ter, como companheiro inseparável, o peluche de infância, numa situação que lhe começa a ser impossível. A vida de John Bennett é indissociável da de Ted, e vivem juntos como melhores amigos, num registo de crianções, boys will be boys, de palavreado, luxúria e javardice, que rende grandíssimos diálogos e situações. O mundo de Ted é cheio de gozo, é carismático e inteligente, e mantém-nos entretidos a tempo inteiro.
As personagens são o outro pilar do sucesso. O peluche, mais um boneco saído do génio de MacFarlane (que lhe dá a voz), deslumbra a tempo inteiro, no seu registo ácido, grosseiro e pervertido, e diria que é a personagem animada com mais carácter que já vi em cinema. Mas também Mark Wahlberg está à altura, num papel que lhe é pouco familiar. É surpreendente a naturalidade com que está nas piadas, e com que cumpre, de forma genuína e bem disposta, o papel de bebé grande. Rende-lhe a performance mais interessante desde The Departed (2006). Giovanni Ribisi, fruto de uma caracterização de personagem deliciosa, merece igualmente a nota.
A chegada de MacFarlane ao cinema só pode ser celebrada e, para quem dita regras em televisão há 13 anos, já devia ter acontecido há bastante tempo. Aguardam-se os próximos projectos, sendo que as expectativas vão grandes para quando, a 24 de Fevereiro, for ele o host dos Óscares.
7/10
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