segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Nunca duvidarás do Walking Dead em vão (temporada 3, midseason)


Não se poder fazer melhor, não é o mesmo que não se poder fazer tão extraordinariamente bem como sempre.

Não era possível fazer melhor do que o midseason do ano passado, mas, e já com mais uns quantos episódios estratosféricos no bolso da temporada 3, voltámos a ser brindados com um intervalo de antologia. 

Executado com perfeição, tornou um cenário de acção gratuita, numa corrida inteligente, bem medida e de tensão impossível, com picos de thrill animais, e exponenciando, no fim de contas, a humanidade e o realismo negro e cru que faz da série uma obra-prima do nosso tempo. Do génio doentio de cada pormenor da sequência em casa do Governador, aos gritos que vinham de dentro da prisão, e a essa storyline (o miúdo Chandler Riggs, 13 anos, passou de erro de cast a jóia da coroa), e, como não podia deixar de ser, a mais um fim majestoso, atordoante e perverso, capaz de, sem sequer precipitar a acção, violentar-nos com o autêntico terramoto primitivo que oferece.

O facto de Walking Dead andar arredado dos grandes prémios, até de nomeações (a única excepção foi a indicação da season 1 para Melhor Série, nos Globos 2011), é uma coisa encarada com naturalidade no meio, como se a forma, o género ou o público-alvo a condenassem para a vida a um qualquer lugar de menoridade. Como um bom espectáculo plebeu que nunca será levado mesmo a sério, porque não tem sangue azul. Não sei se mais esta meia temporada a envergonhar esse pseudo-intelectualismo preconceituoso e míope vai ou não valer o reconhecimento devido; a boa notícia é que, mesmo que não valha, uma coisa é certa: não há forma de a fazer pior.

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