quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Das hienas não reza a História


Na antecâmara da decisão sobre o caso Armstrong, já escrevi o que queria.

O linchamento público que se sucedeu foi, porém, ainda maior do que poderia imaginar. Sobre isso, só gostava de notar uma coisa. Três reacções, lidas na Marca.

Andy Schleck, um inevitável número 2, um crónico derrotado, sempre incapaz de se provar na estrada, e cujo irmão, e eterno companheiro de equipa, está suspenso por doping disse: "É uma decisão justa, que chega tarde. O que aconteceu foi muito grave."

Bradley Wiggins, o vencedor em título do Tour, que nunca o teria sido se não estivesse toda a gente lesionada, e se a Sky não tivesse instituído uma disciplina militar para levá-lo num berço à vitória, riu: "Armstrong é como o Pai Natal, ao envelhecer compreendes que não existe."

Alberto Contador, vencedor histórico de 7 Grandes Voltas, um monstro da corrida, e que até teve uma cisão pública grave com Armstrong, quando eram colegas de equipa, deixou, por sua vez, o seguinte: "Estão a humilhar o Lance, a faltar-lhe ao respeito. O que sei é que se o ciclismo é popular nos Estados Unidos, se sabem lá o que é o Tour, é graças a ele."

Nos tempos difíceis, como na estrada, só está à altura quem pode. Grandeza não é coisa que se aprenda. Na História, também não fica quem quer.

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