segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Looper


Boa ficção científica.

Em 2074, viajar no tempo é possível, mas ilegal, e só está ao alcance da máfia, que o usa como a melhor forma de eliminar os seus alvos. Esses são, assim, enviados 30 anos para o passado, onde hitmen esperam por eles para concluir o serviço. O problema é que o alvo podem ser eles próprios.

Looper tem várias ideias boas. O cenário futurista é sóbrio e elegante, e o enquadramento histórico da trama é muito bom - o futuro que assombra o passado. Ao mesmo tempo, é agridoce em vários planos: a densidade do que o protagonista tem de assimilar é boa, mas sempre um pouco artificial e sentida de menos. Gordon-Levitt não ajuda quanto a isso. Alguns elementos da história são roubados ao cinema de horror, o que é surpreendente e arrojado, no entanto deviam ter sido mais cirúrgicos e menos exagerados. E o desfecho, não sendo banal, não é pleno e inquestionável. Independentemente destas oscilações, o trabalho de Rian Johnson, que realizou e escreveu o filme, é claramente digno de registo.

Gordon-Levitt continua a não me convencer. Novamente num papel generoso, voltou a demonstrar falta de alma e de empatia. Era fácil criar ali algum calor humano, mas Levitt pareceu tão impessoal como sempre, difícil de se relacionar com tudo aquilo. Bruce Willis é só força bruta. O melhor do cast é a vulnerabilidade de Emily Blunt, uma mãe possível, em remissão do passado para dar uma oportunidade ao filho.

Looper tinha potencial para um pouco mais, mas a sua qualidade não está em questão.

7/10

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