terça-feira, 30 de outubro de 2012

Treinador do Ano


Inovação feliz com dois anos, aquando da fusão da Bola de Ouro com o MVP FIFA.

São 10 os nomeados, e, à partida, a lista até devia emanar com uma simplicidade lógica. Grosso modo, seria pacífico nomear o Campeão do Mundo/Europa de selecções e o runner-up, o Campeão Europeu e o runner-up, o vencedor da Liga Europa, os campeões das 4 principais ligas e, nas vagas sobrantes, avaliar entre o campeão francês, os runners-up das ligas espanhola, inglesa e, dependendo do caso (como aconteceu com Domingos, no Braga), da Liga Europa.

Assim, os 10 nomeados de 2012 seriam Del Bosque, Prandelli, Di Matteo, Heynckes, Simeone, Mourinho, Mancini, Conte, Klopp e, no meu juízo, Guardiola.

Foram 8 destes 10. Simeone, que ganhou TODOS os jogos europeus que fez em 2012, incluindo duas finais europeias de goleada, e cujo Atlético de Madrid lidera a Liga das Estrelas pela primeira vez em 17 anos, e António Conte, campeão na Juventus (matriz da Itália vice-campeã da Europa), sem derrotas, ao fim de 7 anos, foram os sacrificados. Em benefício de quem? De Ferguson, que perdeu a Liga e foi humilhado na Europa, primeiro na fase de grupos da Champions, pelo Basileia, depois na UEFA, pelo Bilbao; e de Joachim Low, que falhou a tão anunciada final do Euro com a Alemanha. Implicado está.

Quanto ao vencedor, só se concebe uma corrida a dois: Del Bosque vs. Mourinho (Guardiola comporia o trio, quanto a mim, reeditando a pole de 2010; senão, Di Matteo). O Especial teve um ano espantoso, concretizando o que, uma mera época antes, parecia delirante: quebrar uma das melhores equipas da História. E fê-lo com assinatura, como tinha de ser: o Real bateu o recorde de pontos e de golos da Liga Espanhola, foi campeão no Camp Nou e só falhou a final da Champions nos penalties. Mourinho tornou-se no primeiro treinador da História a ganhar as três grandes ligas.

Don Vicente, alcançou, no entanto, a enormidade de juntar um Campeonato da Europa ao Campeonato do Mundo. Passou a ser, igualmente, o único da História a somá-los a uma Liga dos Campeões, no palmarés. Mourinho teve de fazer 5 ou 6 vezes mais jogos, mas a sua Espanha chancelou-se, oficialmente, como a melhor selecção de todos os tempos, e isso diz tudo o que há para dizer.

É a disputa mais equilibrada até hoje, depois das vitórias indiscutíveis do próprio Mourinho e de Guardiola, nos últimos dois anos, e ambos merecem a vitória inteiramente. Torço por Mourinho, como sempre. Del Bosque, porém, nunca ganhou, e reconheço que faria sentido que isso pesasse a seu favor.

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