sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O sítio onde toda a gente gostava de trabalhar


Qual é o verdadeiro alcance de se ser unânime quando nunca houve tanta oferta e tanto lixo em televisão?

Não que a SIC tenha feito tudo bem. Não que tenha uma programação limpa, inatacável. Apesar disso, o seu estatuto é qualquer coisa de monstruoso. Não é subjectivo, discutível, na verdade, é quase tangível. No fim do dia, não há ninguém que não gostasse de ser jornalista, apresentador, actor ou colaborador da SIC. Ninguém que não gostasse de estar associado, de fazer parte, de ser um bocadinho daquilo. Parece daqueles casos em que já se nasce assim. Em que não há manual de instruções, em que se brilha mais e se faz melhor do que os outros simplesmente porque sim.

Claro que não é tão simples quanto isso. Mas parece. E isso fala por todos quantos, nos últimos 20 anos, quiseram construir um legado sem paralelo nos media portugueses. A fugir ao facilitismo, ao medo de arrojar, às velhas fórmulas. Com investimento na novidade, com visão e iniciativa permanentes, e, sobretudo, com uma excelência maciça em quase tudo o que se fez. A SIC pode não ter sido sempre a melhor, mas trabalhou como se fosse. E isso as pessoas não esquecem, nem deixam de admirar.

Eu tenho 22 anos, a SIC tem 20. Crescemos juntos, god damn true. Esteve comigo das manhãs de sábado, de quando eu ainda não tinha tamanho de gente, e das tardes da lenda inenarrável do Dragonball, até hoje, à Grande Reportagem e aos programas de política pela noite dentro. Acredito que a minha geração vê o imenso reconhecimento transversal por estes 20 anos, e fica um tudo-nada orgulhosa, como se as palmas fossem para um velho amigo, um mentor, um exemplo.

Eu, ainda por cima, acabei jornalista. A SIC continua aqui, a garantir que isso ainda vale a pena. Parabéns. E obrigado.

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