domingo, 27 de novembro de 2011

Derby, digno desse nome


O toque do Benfica contra a reactividade do Sporting, muitas bolas de golo para ambos os lados, um jogo que poderia ter caído para qualquer dos dois. Diz-se dos derbies muitas vezes que tendem a ser feios, tácticos, amarrados; o Benfica-Sporting, pelo menos, foi uma apologia de bom futebol e de espectáculo, e faz muito mais sentido quando é assim.

Do Benfica destacar Artur, Maxi, Witsel mas, acima de todos, Aimar. É um sobredotado, um génio à solta. Aos 32 anos, e num ocaso muitíssimo maior do que merecia, continua a ser um dos jogadores com mais classe da Europa. Vê-lo a abrir um jogo com a exigência do de ontem, a seu bel-prazer, valeria por si só o bilhete.

No Sporting houve Patrício, Elias e um puto-maravilha que tem de ser titular: o pique, a explosão e a maneira como torna a progressão e a finta tão fáceis não enganam em relação a Carrillo. Por 1,25M€ foi um dos melhores negócios da história leonina.

O Sporting provou ter a melhor equipa do clube em muitos anos, e não merecia ter perdido; mas no futebol mérito vale tanto quanto experiência, e no fim valeu a maioridade do Benfica, capaz de gelar o jogo no limite da perfeição quando teve de o fazer. Não há dúvidas de que Domingos está no bom caminho; mas há coisas que só vêm com o tempo.


P.S. 1 - A expulsão de Cardozo é uma aberração. Um árbitro que desfaz um derby por causa de um protesto nem sequer espalhafatoso não percebe nada de futebol.

P.S. 2 - É pena que "a Luz a arder" tenha engolido um jogo que teve tudo para ser um orgulhoso cartaz do futebol português. Não perco tempo com isso, mas fica a nota de que a culpa não é nem da Juve Leo nem dos No Name: a culpa é da classe dirigente que instiga sucessivamente comportamentos como este com as suas acções tristes.

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