sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A neverending story da Bola de Ouro


Nunca deve ter havido uma lista de candidatos a Melhor do Mundo que não tivesse um bom terço de nomes a não fazerem sentido nenhum. Obviamente não está em causa a qualidade, mas no prémio individual mais significativo do futebol mundial devia ter de haver um bocadinho mais de tacto e de critério. Evitar, acima de tudo, espetar de cruz um mero monte de nomes graúdos, em prejuízo de quem efectivamente esteve em evidência pela performance pessoal e colectiva. Pela tradição da FIFA, parte determinante dos votos pertencem a seleccionadores e capitães nacionais, e não deviam. É que se é para ser um voto associativo, se calhar não faz muito sentido darem-se ao trabalho de fazer uma lista com 23 nomes.

Por exemplo, cabe na cabeça que estejam Piqué e Abidal, que passaram boa parte da época lesionados (e o francês nem titular era!), e que no próprio Barça fique de fora Pedrito Rodríguez?

O Real não ganhou nada mas inclui 5 jogadores, ao passo que o United, campeão inglês e vice-campeão europeu, mete 2? O Bayern põe 2 jogadores... e acabou o campeonato alemão em terceiro; o Borussia foi um campeão total e o Schalke chegou às meias-finais da Liga dos Campeões, mas nem 1...

Benzema passou meia temporada como caso perdido e Etoo esteve num Inter que passou ao lado da época, reformando-se da alta competição no Verão, mas são mais elegíveis do que Chicharrito e Cavani, os avançados-revelação do ano? Do que Falcão, que ganhou uma Liga Europa quase sozinho e estabeleceu um novo recorde de golos em provas da UEFA? Do que Mario Goméz, que marcou 30 golos na Bundesliga e mais uma mão deles na qualificação para o Euro? Até do que Ibrahimovic e Alexandre Pato, figuras maiores do Milan campeão italiano?

Até admito que Xabi Alonso esteja na lista, mas nunca em prejuízo de David Silva, o génio por detrás de um City que tudo o que fez foi crescer no último ano. E comparando com Fàbregas até dói: o filho pródigo da Catalunha deve ter vindo da época mais pobre da carreira. E mesmo assim...

Do meio-campo, além de Fàbregas, estão Schweinsteiger, Müller e a sombra do Sneijder que foi o Bola de Ouro moral do ano passado. Mas não cabem Nuri Sahin ou Eden Hazard, melhores jogadores da Bundesliga e da Ligue 1, respectivamente, dois miúdos endeusados em todo o lado.

Enfim... Messi ganhará natural e justamente, mas espero ver Ronaldo entre os três finalistas. O pódio só com barcelonistas já foi número que chegue no ano passado.


Para o que valha, ficam aqui os meus 23:

Barça - Dani Alves, Xavi, Iniesta, Messi, Pedro, Villa
Real - Casillas, Özil, Ronaldo
United - Nani, Rooney, Chicharrito
City - Silva
Milan - Ibrahimovic
Nápoles - Cavani
Argentina - Agüero
Uruguai - Suárez, Forlán
Santos - Neymar
Porto - Falcão
Bayern - Mario Gómez
Borussia - Nuri Sahin
Lille - Eden Hazard

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