quarta-feira, 30 de novembro de 2011

(o fenomenal) The Walking Dead, midseason


The Walking Dead supera as minhas expectativas desde o primeiríssimo dia. Muita gente deve pensar que é uma série de zombies; puro engano. É uma série sobre vida, família, amor e fé, uma série, acima de tudo, sobre instintos, sobre o que nos move quando não temos praticamente mais nada a perder, sobre decisões que não deviam ter de ser tomadas, sobre sacrifício, perda e sobrevivência... que por acaso também tem zombies.

Tem uma variedade de dualidades apaixonantes, de pontos de vista legítimos e completamente diferentes, incentiva à discussão, às vezes quase a que nos questionemos a nós próprios. Tem personagens muito boas, relações riquíssimas, racionalidade e reactividade na acção, arrojo em abordar temáticas difíceis, ou mesmo questões que nem nos passariam pela cabeça: é indiscutível abater mortos-vivos quando eles são todas as pessoas que amávamos, por exemplo?

Depois de uma epidemia de zombies, a série segue a história de um grupo de sobreviventes que se fez à estrada. Rick Grimes (Andrew Lincoln), antigo polícia, é o seu chefe moral. O homem das decisões difíceis, racional, íntegro, capaz de abordar eticamente qualquer disputa, respeitando todos e salvaguardando sempre o grupo. Shane Walsh (Jon Bernthal) é o seu parceiro de sempre, apesar de ser absolutamente diferente. É intempestivo, cru, nada lírico, capaz de sacrificar o que seja e quem seja preciso para proteger os seus. A série vive no limite entre as percepções destes dois enormes protagonistas, que formam ainda um visceral triângulo amoroso. Andrea (Laurie Holden), revoltada com a vida e consumida pelo que o mundo se tornou, e Daryl (Norman Reedus), um solitário agressivo mas de bom fundo, são os secundários mais incontornáveis.

A season 2 chegou esta semana à sua paragem de meio de temporada. Só volta em Fevereiro. Este último episódio foi o melhor "fim" que alguma vez vi numa série. O melhor, sem comparação possível. Intenso, imparável, com doses impróprias de adrenalina e um choque puro. Deu para ficar os 30 segundos que se seguiram a olhar embasbacado para o ecrã preto do computador. Perturbadoramente genial.

Se nunca viram, mesmo que não gostem de zombies ou de ficção científica ou do que seja, dêem-lhe uma oportunidade. Duvido mesmo que se arrependam.

Sem comentários: