França - Inglaterra, 1-1
O derby da Mancha foi desolador.
O ónus, sinceramente, fica do lado francês. Não que se estivesse à espera da selecção senhorial que se despediu a meio da década passada, mas, depois das campanhas deploráveis na Áustria e na África do Sul, pareciam reunidas finalmente condições para recuperar algum orgulho: Blanc no banco, após o legado em Bordéus, Ribéry e Benzema no fim de um ano que os cimentou de novo entre a nata do continente. O que se viu, contudo, foi uma França alheada do jogo desde o início, pachorrenta, feia, sem criatividade e sem um pingo de vontade em fazer melhor. O regime de frete só foi interrompido depois de estar a perder, com o talento a lembrar-se que existia, mas não foi para durar. Na segunda-parte, a passividade de ambos os lados chegou a ser vergonhosa.
A Inglaterra jogou até onde pôde, que se sabia que não era muito. No 4-4-2 clássico que lhe fez história, limitou-se a ser rigorosa e disciplinada sem bola, o que foi quase sempre mais do que suficiente para conter o enfartado jogo francês. Com os raides de Chamberlain e Welbeck, a única chama da equipa, a renderem pouco de material, o golo surgiu da única forma possível, num livre com conta, peso e medida do capitão Gerrard. Não deu para segurar a vitória, mas, apesar de Hart ter estado mais em jogo do que Lloris, o ponto nunca pareceu estar em causa.
Restará saber se franceses e ingleses são isto, ou se hoje foram só conservadores.
França - Na retina, Debuchy e Cabaye. O primeiro (26 anos) é lateral-direito do Lille desde sempre, e foi, possivelmente, a maior fonte de entusiasmo do ataque francês; o segundo (também 26 anos, e também com a vida feita em Lille, até ter-se mudado para Newcastle este ano), é um interior-direito de passada curta, sempre à procura de jogo, e com um excelente remate. Alou Diarra também impõe respeito, como âncora do meio-campo, mas fica a faltar talento no miolo, e Malouda não é solução. Note-se também, obviamente, o golaço de Nasri.
Inglaterra - Muito importante a boa presença de Hart. Numa equipa de soluções parcas, Oxlade-Chamberlain e Welbeck são uma certeza, mas se não existir criatividade no miolo nem peso no ataque, vai ser difícil.
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