"I have no choice but to direct my energies toward the acquisiton of fame and fortune. Frankly, I have no taste for either poverty or honest labor, so writing is the only recourse left for me." Hunter S. Thompson
domingo, 17 de junho de 2012
Haja Portugal
Os golos do Pauleta em Eindhoven. O penalty do Figo no último minuto nas Antas. O golo extraterreste do Maniche em Alvalade. A batalha de Nuremberga.
Nos últimos 10 anos, pusemos os holandeses fora de três competições internacionais. Não os deixámos ir ao Coreia-Japão, e ganhámos uns quartos e umas meias-finais nos quatro anos seguintes. A par do ingleses, não há coisa que nos corra melhor.
Eles são sempre gigantes, claro, vão tendo uma e outra constelação, mas nós temos química com os holandas. Não há nada que eles possam fazer. Hoje, só temos de honrar essa tradição.
O Euro não tem sido um paraíso. A preparação foi desconfortável, o arranque ingrato, e no fim do jogo com a Dinamarca estávamos com um pé fora. O melhor jogador do ano tem sido só humano, e sentimo-nos incertos, vulneráveis, sentimos que nos falta qualquer coisa. Está nas nossas mãos.
É que, ao contrário do próprio adversário, a Selecção não está partida emocionalmente. Temos um grupo muito bom e generoso, mérito de quem o orienta. Temos alguns dos melhores do mundo, temos espírito, nervo e talento para mais. Temos Ronaldo para mais, e precisamos dele. Precisamos de uma Selecção confirmada, ganha, plena e à altura das coisas maiores que estão para vir.
Nunca ficámos nos grupos de um Europeu, nunca falhámos num grupo da morte, e esta equipa é boa demais para essa cruz. Hoje está nas nossas mãos ser a Selecção que podemos ser.
Haja Portugal.
P.S. - Parte da bola está do lado de Paulo Bento. Depois de dois jogos com o mesmo onze, há que saber ler. Custódio, acima de todos, é uma opção lógica e necessária. Perante um ataque de luxo, é vital ter um trinco forte pelo ar, agressivo, que equilibre, e apoie os centrais.
Na lateral-direita, Miguel Lopes é mais duro e mais alto do que João Pereira, defende melhor, e é menos imprudente. Faria muito jeito.
Num jogo em que é previsível que não tenhamos bola durante bastante tempo, é inócuo ter Postiga numa lógica de apoios que não vão chegar, como se viu contra a Alemanha. Nélson Oliveira impõe-se: joga em profundidade, arrasta a equipa, dá-lhe dimensão.
Paulo Bento tem a palavra. Que acerte, seja como for.
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