quarta-feira, 11 de abril de 2012

O futebol são 11 contra 11 e, no fim, ganha o Porto


Mário Wilson disse um dia que, no Benfica, qualquer um se arriscava a ser campeão. No pós-Pinto da Costa, é só mudar o protagonista. Para serem campeões, não basta aos adversários serem melhores, têm de ser muito mais do que isso. Este ano, tanto o Benfica como o Braga foram, de facto, melhores. No fim, acabarão atrás, porque a estrutura do Porto é coisa de outro campeonato, é um piloto automático de vitórias e de títulos, que, como se provou este ano, não precisa de um treinador para continuar a ganhar.

Por sua vez, Jesus é o melhor treinador que vi no Benfica. 1 campeonato, 2 taças da liga, 1 meia-final da Liga Europa e uns quartos da Champions. 2 jogadores no Chelsea, mais 2 no Real. Melhor, de longe, do que qualquer outro, nos últimos 20 anos. No fim da época passada, escrevi que era um erro abissal o Benfica livrar-se dele, quando o adversário era o 2º melhor Porto do último quarto de século. Jesus ficou, e voltou a construir a sua fortaleza e voltou a entusiasmar... mas, no momento do tudo ou nada, o seu castelo voltou a ser de cartas. Jesus é magnífico em muitos aspectos do jogo, mas é muito pobre a nível psicológico. Perder tudo com estrondo acontece uma vez. Se acontecer segunda, então nem há Mourinho que resista. Em 2012/13, não tem condições para ser treinador do Benfica.

O Braga foi uma desilusão. Quem ganha 13 jogos seguidos, e chega à fase crucial na liderança isolada, perde o direito de conformar-se. A equipa não merecia ter perdido os dois jogos, mas isso é o que distingue os campeões dos outros. O Braga foi candidato, mesmo a negá-lo tantas vezes, porque foi, provavelmente, a melhor equipa do campeonato. Deixou de o ser, porque quem não se transcende nos jogos grandes, não é bom o suficiente. Seja como for, e mesmo que fique em 3º, Leonardo Jardim é o treinador do ano.

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