terça-feira, 5 de outubro de 2010

A dog's tale


Homens e cães. O mote está longe de ser novo, mas é sempre de emoção fácil, e projectos do passado recente, como Eight Below ou Marley & Me, tinham produzido resultados com franca qualidade. Hachi não entra nessa categoria. Tem uma parte final forte, mas, pese só ter 1h30m e nunca se tornar insuportável, mais de 3/4 da sua duração são perfeitamente banais. Num filme que é construído, desde o início, com o propósito de ilustrar um caso "especial", o que se apreende, durante a maior parte do tempo, é uma acção meramente mortiça, com alguma chama, mas muito longe do extraordinário. E o filme até cai no erro de tentar empolar essa acção, com clichés emocionais bastante fracos. Richard Ghere também não é nada de carismático, e eram de evitar determinados efeitos visuais que são adicionados aqui e ali, especialmente a visão a preto e branco do próprio Hatchi, que não fazem qualquer tipo de sentido.

A única coisa realmente bem feita é a parte final, que, no fundo, é o cerne de toda a estória. Chega a arrepiar, aqui e ali, e acaba por ser evidente que tudo foi construído a partir desse fim, baseado em factos verídicos. Pena ter sido construído mal.

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