É discutível concluir se Paulo Bento saíu ou não do Sporting “por cima”. De facto, pese os quatro segundos lugares, as duas Taças e as duas Supertaças, quando saíu do Sporting, Bento carregou consigo uma certa aura de perdedor, a de um líder que nunca conseguiu dar o salto, já que, com época sobre época de trabalho, não chegou a ser capaz de contrariar o tetra de supremacia portista. Quando saíu de Alvalade, Paulo Bento já era acusado de ser pobre tacticamente, pelas dificuldades em optimizar uma maneira de jogar do Sporting que já vinha dantes dele, e juntou a isso muitos casos, que o levaram de disciplinador a ditador, e às críticas por não saber privilegiar os interesses da equipa (de Stojkovic a Veloso, passando por Vukcevic). Somada a tudo isso, ficou a imagem pública conservadora, que o celebrizou numa ou noutra graça fácil.
Acontece que Paulo Bento é muito mais do que isso. Não é, nem nunca será, uma figura para colorir os jornais, nem tem um passado de pedagogo ou filósofo, nem dele se deverão esperar grandes reflexões, ou especiais teorias sobre quem se deve convocar, ou como se deve jogar. Mas se tivesse de dizer que Paulo Bento é alguma coisa, diria que é honesto. Honesto para com as suas ideias, para com os outros e, sobretudo, para com o jogo. Não chega à Selecção para dar largas a vaidades pessoais, mas para trabalhar e viver o futebol, como sempre o fez. Depois, acredito que tenha garantido, à partida, o verdadeiro respeito dum balneário que já foi seu durante muitos anos (o respeito que, tal como se vê agora, andou bem distante nos últimos tempos), e juntará a isso a abordagem positiva de sempre, ideias claras no campo (porque não pensa que é um mestre da táctica) e, muito especialmente, uma mentalidade competitiva admirável, daquelas que tivemos até um passado não tão distante assim. E que nos fizeram grandes, nos jogos em que éramos bem menores que isso.
Talvez Paulo Bento até não tenha sucesso, e só passe à História como uma boa ideia que nunca foi mais do que isso. Mas à partida, alguém como ele será sempre bem-vindo.
Acontece que Paulo Bento é muito mais do que isso. Não é, nem nunca será, uma figura para colorir os jornais, nem tem um passado de pedagogo ou filósofo, nem dele se deverão esperar grandes reflexões, ou especiais teorias sobre quem se deve convocar, ou como se deve jogar. Mas se tivesse de dizer que Paulo Bento é alguma coisa, diria que é honesto. Honesto para com as suas ideias, para com os outros e, sobretudo, para com o jogo. Não chega à Selecção para dar largas a vaidades pessoais, mas para trabalhar e viver o futebol, como sempre o fez. Depois, acredito que tenha garantido, à partida, o verdadeiro respeito dum balneário que já foi seu durante muitos anos (o respeito que, tal como se vê agora, andou bem distante nos últimos tempos), e juntará a isso a abordagem positiva de sempre, ideias claras no campo (porque não pensa que é um mestre da táctica) e, muito especialmente, uma mentalidade competitiva admirável, daquelas que tivemos até um passado não tão distante assim. E que nos fizeram grandes, nos jogos em que éramos bem menores que isso.
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