Comecei a ver a Volta a França com 13 ou 14 anos. Dizem-me que, em Portugal, o ciclismo já foi qualquer coisa grande, mas esses já eram tempos distantes para a minha geração. Graças à cobertura fantástica da Eurosport Portugal, que mantém, até aos dias de hoje, transmissões dirigidas pela dupla Luís Piçarra e Paulo Martins, passar Julho a conhecer o interior de França tornou-se numa fé anual. Orgulho-me muito de ainda ter chegado a tempo dos anos do mítico Armstrong, o maior de todos os tempos, e dá-me um gozo especial ter visto ciclismo quando os nomes grandes das grandes provas, fosse por falta de meios de controlo ou pela velha honra, ainda era nomes incólumes, no que aos escândalos e ao doping diz respeito.
O pós-Armstrong foi madrasto nesse sentido. Logo em 2006, Floyd Landis fez o brilharete de ganhar, só para ser apanhado logo depois. Basso e o extraordinário Vinokourov, ciclistas de pódio nas Grandes Voltas, foram os seguintes. E, pelo meio, a Operação Puerto, com a suspensão de equipas inteiras e de vários outros nomes importantes. Ainda que desacreditado, o ciclismo sobreviveu pelo excelente impacto de jovens com muito valor. Os irmãos Schlek, Cavendish, e claro, Contador, o nome maior nesse pós-Armstrong, e o único que, pela pujança e pela segurança de si, se chegou a parecer a ele. Os últimos dois anos trouxeram mesmo de volta grandes duelos na estrada. O futuro parecia promissor.
É por isso que ter ouvido, anteontem, que Contador acusou uma "anormalidade" num controlo antidoping, deixa-me perturbado. Num ciclismo que foi sombrio na última década, saber que alguém tão bom como Contador pode ser uma farsa é uma realidade capaz de arruinar todas as pequenas vitórias dos últimos tempos. Se cair, Contador levará consigo muito mais do que o nome e a marca à sua volta. Levará, por certo, quase toda a boa aura da modalidade no passado mais recente e abalará pela base todos para quem acreditar no ciclismo já era difícil. Para mim, pelo menos, se Contador cair, nunca terá feito tão pouco sentido continuar.
O pós-Armstrong foi madrasto nesse sentido. Logo em 2006, Floyd Landis fez o brilharete de ganhar, só para ser apanhado logo depois. Basso e o extraordinário Vinokourov, ciclistas de pódio nas Grandes Voltas, foram os seguintes. E, pelo meio, a Operação Puerto, com a suspensão de equipas inteiras e de vários outros nomes importantes. Ainda que desacreditado, o ciclismo sobreviveu pelo excelente impacto de jovens com muito valor. Os irmãos Schlek, Cavendish, e claro, Contador, o nome maior nesse pós-Armstrong, e o único que, pela pujança e pela segurança de si, se chegou a parecer a ele. Os últimos dois anos trouxeram mesmo de volta grandes duelos na estrada. O futuro parecia promissor.
É por isso que ter ouvido, anteontem, que Contador acusou uma "anormalidade" num controlo antidoping, deixa-me perturbado. Num ciclismo que foi sombrio na última década, saber que alguém tão bom como Contador pode ser uma farsa é uma realidade capaz de arruinar todas as pequenas vitórias dos últimos tempos. Se cair, Contador levará consigo muito mais do que o nome e a marca à sua volta. Levará, por certo, quase toda a boa aura da modalidade no passado mais recente e abalará pela base todos para quem acreditar no ciclismo já era difícil. Para mim, pelo menos, se Contador cair, nunca terá feito tão pouco sentido continuar.
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