domingo, 17 de outubro de 2010

Quando o Teatro dos Sonhos é assombrado

Liga Inglesa, 8ª Jornada

Manchester United - WBA, 2-2

Para quem só viu a 1ª parte, o 2-2 é um desfecho chocante. Curiosamente, para quem viu tudo também. Depois de 2 empates seguidos, o United entrou determinado a afastar fantasmas, e aos 25 minutos até já ganhava por 2-0, mercê do seu melhor futebol, o típico jogo de transições rapidíssimas em que a equipa de Ferguson se sente tão bem. E isto sempre perante um West Bromwich absolutamente inofensivo e cinzento, que antes ou depois dos golos, nunca jogou nada que se visse. Acontece que, depois do 2-0 e do intervalo, a equipa de Di Matteo marcou mesmo 2 golos. Logo no reatamento, do nada, um livre absurdo resultou num auto-golo e no 2-1, e esse é o momento que decide o jogo: o coração do United caíu-lhe aos pés, e a equipa de Ferguson ficou aterrorizada perante um adversário tão inofensivo como o West Bromwich. Tanto que os baggies tiveram mesmo de explorar tamanhas fragilidades emocionais. O WBA aí sim carregou, e conseguiu empatar naturalmente nem 10 minutos depois, num exemplo perfeito do desnorte do United, um frango imenso de Van der Sar. No 3º jogo seguido a empatar, e com 5 empates em 8 jogos, o United precisa de resolver a sua cabeça com urgência.

Para o desfecho muito terá contribuído a saída de Giggs por lesão, aos 40 minutos, num jogo em que andava a fazer enormidades, do alto dos seus 36 anos. Quebrou o capitão, com a sua sobriedade e capacidade de gerir o jogo, e viu-se a falta que fez no início da 2ª parte. Nani está no momento brutal que se sabe, e foi o melhor em campo, com um golo, uma assistência e a jogada mais perigosa do United em toda a 2ª parte. Pena que que, depois do 2-2, também se tenha eclipsado. Nota ainda para Berbatov, finalmente com espaço e confiança a titular, a demonstrar, além de tudo o resto, a qualidade que tem a jogar de costas para a baliza.

A Van der Sar começa a faltar pujança, e não é só coincidência que o United tenha a pior defesa entre os 5 primeiros. Naquela que deverá ser, aos 39 anos, a última época do holandês, Ferguson terá de saber gerir muito bem a situação. Chicharito continua a marcar como gente grande, mas na altura emocionalmente mais difícil do jogo foi um a menos. Gibson é uma piada, e Anderson não admira que queira voltar a Portugal, tão distante anda do que já prometeu: sem rasgo, distante do jogo e donde gostava de jogar, acabou por comprometer muito mais do que ajudar.

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