Claro que é, e com nota dramática para o Benfica.
Impressionante a forma como a equipa de Jesus desabou antes do Clássico. Acho que ninguém poderia suspeitar que uma derrota meramente infeliz na Rússia pudesse afectar tanto a carreira da equipa. Num ápice, o Benfica perdeu um campeonato quase certo, abrindo uma incrível luta a três, e vai ter de encarar uma semana que tem potencial para engolir tudo o que foi feito até agora. Talvez o derby não seja decisivo matematicamente, mas, em 5 dias, é facto que se joga a época do Benfica. Se o perder, os três pontos não serão menos do que um verdadeiro abismo, sem falar da equipa em farrapos que irá receber o Zenit, nuns oitavos-de-final grosseiramente acessíveis. Mesmo se empatar, o entusiasmo também passa para o adversário. Toda a gente se lembra como é que o Benfica reagiu à pressão na época passada, e Jesus saberá melhor do que ninguém que nunca poderia ter perdido estes 5 pontos. Agora, a única maneira de sair vivo é ganhar o derby e eliminar o Zenit.
O Porto chega ao jogo de 6ª numa situação que não constaria nem nos seus sonhos mais coloridos, mas não só pelos deslizes do adversário: há necessariamente mérito de Vítor Pereira na resiliência da equipa. Afinal de contas, o Benfica não pode estar a fazer um campeonato de paixão, e o Porto um pavoroso, quando, à entrada para o último terço da Liga, estão ambos empatados. Que um tem jogado melhor do que o outro, sem dúvida, mas o Porto também só perdeu um jogo, e teve a compostura necessária para, depois de Barcelos, e com a avalanche do City pelo meio, ganhar os três jogos até ao Clássico. A equipa estava de joelhos, à espera do KO, mas nunca deitou a toalha ao chão. Claro que, depois das saídas desoladoras da Taça, da Champions, e da UEFA, também Vítor Pereira joga quase tudo no derby e, em caso de derrota, será impossível levá-lo a sério. Mesmo assim, este Porto tem um trunfo indiscutível sobre o adversário: chega à fase decisiva depois de já ter caído, e de já ter arranjado maneira de se recompor, pelo que já está calejado. Se perder, acredito que se mantenha nos calcanhares do Benfica até ao fim, algo que, nas mesmas circunstâncias, duvido muito que a equipa de Jesus seja capaz de fazer.
Por fim, o Braga. Duvidei de Leonardo Jardim tal como duvidava de Domingos, e, em ambos os casos, falhei completamente. Com os antecessores que teve, o melhor elogio que lhe posso fazer é dizer que este é o melhor Braga que já vi jogar. Mistura o bom futebol de Jesus com a senhoria dos últimos dois anos, e permitiu pôr talentos como Hugo Viana, Hélder Barbosa ou Lima no nível mais alto da carreira. Vemos a qualidade de jogo, a confiança, a superioridade natural, as 9 vitórias seguidas, e percebemos que este Braga vai mesmo lutar pelo título. Notável, como tudo o que tem sido feito na presidência de António Salvador.
Impressionante a forma como a equipa de Jesus desabou antes do Clássico. Acho que ninguém poderia suspeitar que uma derrota meramente infeliz na Rússia pudesse afectar tanto a carreira da equipa. Num ápice, o Benfica perdeu um campeonato quase certo, abrindo uma incrível luta a três, e vai ter de encarar uma semana que tem potencial para engolir tudo o que foi feito até agora. Talvez o derby não seja decisivo matematicamente, mas, em 5 dias, é facto que se joga a época do Benfica. Se o perder, os três pontos não serão menos do que um verdadeiro abismo, sem falar da equipa em farrapos que irá receber o Zenit, nuns oitavos-de-final grosseiramente acessíveis. Mesmo se empatar, o entusiasmo também passa para o adversário. Toda a gente se lembra como é que o Benfica reagiu à pressão na época passada, e Jesus saberá melhor do que ninguém que nunca poderia ter perdido estes 5 pontos. Agora, a única maneira de sair vivo é ganhar o derby e eliminar o Zenit.
O Porto chega ao jogo de 6ª numa situação que não constaria nem nos seus sonhos mais coloridos, mas não só pelos deslizes do adversário: há necessariamente mérito de Vítor Pereira na resiliência da equipa. Afinal de contas, o Benfica não pode estar a fazer um campeonato de paixão, e o Porto um pavoroso, quando, à entrada para o último terço da Liga, estão ambos empatados. Que um tem jogado melhor do que o outro, sem dúvida, mas o Porto também só perdeu um jogo, e teve a compostura necessária para, depois de Barcelos, e com a avalanche do City pelo meio, ganhar os três jogos até ao Clássico. A equipa estava de joelhos, à espera do KO, mas nunca deitou a toalha ao chão. Claro que, depois das saídas desoladoras da Taça, da Champions, e da UEFA, também Vítor Pereira joga quase tudo no derby e, em caso de derrota, será impossível levá-lo a sério. Mesmo assim, este Porto tem um trunfo indiscutível sobre o adversário: chega à fase decisiva depois de já ter caído, e de já ter arranjado maneira de se recompor, pelo que já está calejado. Se perder, acredito que se mantenha nos calcanhares do Benfica até ao fim, algo que, nas mesmas circunstâncias, duvido muito que a equipa de Jesus seja capaz de fazer.
Por fim, o Braga. Duvidei de Leonardo Jardim tal como duvidava de Domingos, e, em ambos os casos, falhei completamente. Com os antecessores que teve, o melhor elogio que lhe posso fazer é dizer que este é o melhor Braga que já vi jogar. Mistura o bom futebol de Jesus com a senhoria dos últimos dois anos, e permitiu pôr talentos como Hugo Viana, Hélder Barbosa ou Lima no nível mais alto da carreira. Vemos a qualidade de jogo, a confiança, a superioridade natural, as 9 vitórias seguidas, e percebemos que este Braga vai mesmo lutar pelo título. Notável, como tudo o que tem sido feito na presidência de António Salvador.