É de altos e baixos. No geral o argumento é mau: dois irmãos fora do circuito profissional que acabam num duelo pelo título mundial de pesos médios (não é spoiler, está no trailer). O cenário - um grande torneio com os melhores do planeta e um prize pool nunca visto - é pobre, e o percurso de cada um deixa a desejar. Para mais, desde o momento em que vemos o trailer sabemos como é que acaba.
Felizmente o filme é muito bom a nível humano. O combate e as motivações de cada um para ganhar são só a envolvência para o verdadeiro cerne da acção, que é um triângulo profundamente despedaçado de um pai e dos seus dois filhos. A família separara-se há muito, em virtude do alcoolismo do primeiro, e ambos os irmãos tornaram-se tão distantes dele como de si próprios. A história, com um subtileza notável, vai andar em bicos de pés sobre os cacos dessa relação tripartida, e os diferentes momentos de choque entre cada um dos protagonistas são realmente tocantes. A cena entre Nick Nolte e Tom Hardy no casino é mesmo um dos maiores nós na garganta do ano.
O fim acaba por ser bastante bom, porque a tal previsibilidade torna-se num mero pormenor; o que está em jogo não é a vitória, mas o desfecho da própria relação entre homens do mesmo sangue com muito para se redimir. Esta "reinvenção" do que estávamos à espera de ver é um corolário com chave de ouro.
A grande estrela do filme é Nick Nolte, o pai à procura de perdão. É um secundário de todo o tamanho, consumido por uma imensa mágoa e pela vontade de corrigir o passado. A maneira como aguenta com que os filhos o passem a ferro é de uma crueza a toda a prova, e o desalento na sua cara é de uma empatia inevitável. É bom o suficiente para chegar às nomeações.
Joel Edgerton, filho mais velho, o homem de família que teve de voltar aos ringues, sai-se bem. Tinha um papel mais fácil, mas tem postura. De Tom Hardy, filho mais novo, revoltado, esperava mais. Cresce com o filme, mas faltou-lhe qualquer coisa: mais clarividência, mais expressividade.
Warrior não vale os 8.3 que ostenta no imdb, mas é um filme com nível em muitos momentos e que merece reconhecimento por isso.
7/10
Felizmente o filme é muito bom a nível humano. O combate e as motivações de cada um para ganhar são só a envolvência para o verdadeiro cerne da acção, que é um triângulo profundamente despedaçado de um pai e dos seus dois filhos. A família separara-se há muito, em virtude do alcoolismo do primeiro, e ambos os irmãos tornaram-se tão distantes dele como de si próprios. A história, com um subtileza notável, vai andar em bicos de pés sobre os cacos dessa relação tripartida, e os diferentes momentos de choque entre cada um dos protagonistas são realmente tocantes. A cena entre Nick Nolte e Tom Hardy no casino é mesmo um dos maiores nós na garganta do ano.
O fim acaba por ser bastante bom, porque a tal previsibilidade torna-se num mero pormenor; o que está em jogo não é a vitória, mas o desfecho da própria relação entre homens do mesmo sangue com muito para se redimir. Esta "reinvenção" do que estávamos à espera de ver é um corolário com chave de ouro.
A grande estrela do filme é Nick Nolte, o pai à procura de perdão. É um secundário de todo o tamanho, consumido por uma imensa mágoa e pela vontade de corrigir o passado. A maneira como aguenta com que os filhos o passem a ferro é de uma crueza a toda a prova, e o desalento na sua cara é de uma empatia inevitável. É bom o suficiente para chegar às nomeações.
Joel Edgerton, filho mais velho, o homem de família que teve de voltar aos ringues, sai-se bem. Tinha um papel mais fácil, mas tem postura. De Tom Hardy, filho mais novo, revoltado, esperava mais. Cresce com o filme, mas faltou-lhe qualquer coisa: mais clarividência, mais expressividade.
Warrior não vale os 8.3 que ostenta no imdb, mas é um filme com nível em muitos momentos e que merece reconhecimento por isso.
7/10
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