sábado, 1 de setembro de 2012

Has André been sacked yet?


Nos primeiros meses do ano passado, quando as coisas teimavam em correr mal ao Chelsea, lembro-me de escrever que havia futebol para muito mais naquela equipa. As coisas foram como se sabe: Villas-Boas implodiu o balneário, foi embora, e o Chelsea acabou campeão europeu.

Nas primeiras jornadas deste ano, com as coisas a teimarem em correr mal ao Tottenham, não há como escrever a mesma coisa. O 3º grande de Londres, do alto do seu voluptuoso plantel, não joga um pingo de futebol. A equipa é passividade, falta de vontade e falta de criatividade. O miolo não inventa porque não tem quem o faça, e é tudo banal naquele 4-3-3, chegando a ser desolador esperar que, nas alas, Lennon ou Bale, os únicos pequenos rasgos, inventem algum milagre. O Tottenham fica em campo à espera de um lance de felicidade, de um erro adversário, ou de um momento de inspiração, qualquer coisa que mascare a sua grosseira falta de método, de ritmo e de critério, coisas só compreensíveis numa equipa que ou não tem treinador, ou não treina. 

E Villas-Boas nem se pode queixar da sorte. Foi assim com o WBA, na semana passada, quando, a um quarto-de-hora do fim, Ekoto inventou um golo a 35 metros. Foi assim hoje, contra o Norwich, com Dembele a entrar em campo, meter um calcanhar pelo meio, e marcar ao mesmo quarto-de-hora do fim. Extraordinariamente, em ambos os casos, em pleno White Hart Lane, o Tottenham ainda conseguiu a proeza de deixar-se empatar. De ambas as vezes em cima da hora, com golos aos ressaltos de dois dos clubes mais pobres da prova. A equipa não tem nem discernimento, nem atitude para segurar sequer este tipo de vantagens neste tipo de jogos. E pior, hoje, se não fosse um guarda-redes de 41 anos, o Tottenham teria mesmo perdido.

Neste momento, os Spurs são, inexplicavelmente, um zero de produção e um zero de capacidade competitiva. Se AVB fez alguma coisa, foi piorar o que Redknapp lhe fez chegar às mãos. Ou acontece algum milagre rápido, ou a carreira do Special Two na alta roda europeia será resumida a um ano tormentoso em Londres, a sangrar dois dos grandes do país.

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