terça-feira, 18 de setembro de 2012

Uma fénix de fato cinza


Com sorte, até ao fim da época, há mais 3 ou 4 jogos como o Madrid-City.

A última meia-hora é uma descarga de adrenalina impagável em forma de hino ao futebol. Inteligência, qualidade, emoção, ironia, superação, tudo num contra-relógio de espectacularidade, dos que vivem nos filmes de acção. Teve tudo. A superioridade táctica de Mancini, que abordou o jogo magistralmente, com uma pedra em campo na primeira-parte, e um rio de veneno na segunda que, não fosse o futebol ser um jogo metafísico, teria, com todo o mérito, vergado o Madrid. Depois a magia negra de Mourinho, coisa que não tem outra explicação, que teve duas vezes o campeão inglês a fechar-lhe as portas do Bernabéu (até com um auto-golo de Xabi Alonso!!, coisa que não lhe volta a acontecer até ser velhinho), só para, sob quase todas as impossibilidades do mundo, na maior crise da sua carreira, voltar dos mortos no último minuto, com o golo que o universo já tinha fechado a Ronaldo. Não me lixem, que isto não é futebol. Nestas noites, é outra coisa qualquer, com vida e vontade própria.

Mancini que não tente perceber. Fez tudo o que um mortal podia para ganhar o jogo.

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