sábado, 15 de setembro de 2012

Safe House


Não é um filme de acção qualquer.

Tem carisma, o elenco é excelente, a história é competente, deixa-nos ligados. A trama é a de um rookie da CIA, mero guardador de uma safehouse, que acaba por receber um desertor histórico da agência, e que tem de garantir, depois, que ele chega ao seu destino final. As perseguições, os tiroteios, a pancada, são o esperado. O argumento - quem são os bons e os maus, qual o desenlace possível -, não é muito surpreendente. Mas Safe House não é banal, tem ritmo, interesse, e assenta, em particular, no encaixe entre os dois protagonistas - moral/traidor, aprendiz/mestre -, que é muito bem conseguido, e faz de coração do filme.

Denzel Washington é fantástico. O filme pode estar longe do seu gravitas de outros tempos, mas a performance está à altura desses, e é, provavelmente, a sua melhor em vários anos. O papel era a preceito, e Denzel enche-o por completo, com o seu carisma farto e a sua senhorialidade total, numa espécie de lenda a interpretar uma lenda, que lhe assenta perfeitamente. É ele quem carrega o filme, e não há como não desejar voltar a vê-lo em coisas maiores. O seu peso, e essa relação que o argumento projecta entre os dois protagonistas, acaba por mascarar a relativa vulgaridade de Ryan Reynolds.

Safe House não é um filme inesquecível, mas é acção de valor.

7/10

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