quinta-feira, 13 de setembro de 2012

The Grey


História simples, mas bem executada.

Um grupo de homens está deslocado a fazer trabalhos pesados para uma petrolífera, no deserto gelado do Alasca, e, na viagem de regresso, vê o avião despenhar-se no meio do nada. O nada, neste caso, é a floresta que serve de covil a uma matilha de lobos, sendo o thriller, como é bom de ver, a luta pela sobrevivência desse grupo já então de sobreviventes.

Joe Carnahan (que assinou o meu apreciado Smokin' Aces), que é também co-autor do argumento, tem uma realização muito interessante. O ambiente era favorável - floresta, gelo, montanhas, água, escuridão, frio, etc -, mas o californiano capitaliza o potencial, com planos generosos, de encher a vista, outros intensos, numa uma bela utilização da imensidão do espaço, dos silêncios, da penumbra e da floresta. Claro que não é um filme surpreendente ou denso, e que a acção é quase sempre antecipável, mas, sem ser vivido a altas pulsações, tem excelentes cenas de tensão e um bom cheiro a medo. Liam Neeson, não tendo uma performance de culto, cumpre ao bom nível de sempre.

Depois, parte essencial do encanto reside no desfecho. Acho que escrevo sempre isto, mas tenho um respeito desmesurado por filmes acabados com classe. Os últimos 20 minutos de The Grey são fantásticos, e toda a sequência do corolário é uma verdadeira pérola, com deslumbre, exaltação, até alguma poesia, com o ecrã preto a entrar exactamente quando devia. Como a última imagem é a que fica, compensa, de certa forma, algumas carências do filme em geral.

7/10

Sem comentários: