sábado, 3 de dezembro de 2011

EURO 2012: Medo?


Mas medo de quê? Grupos da morte são a nossa cena. Não há cá mariquices de azar e termos de nos transcender e sofrer e ter esperança. Nós nascemos para isto. Isto das grandes competições só tem piada se pudermos achincalhar os gajos grandes, gozar com o favoritismo deles e ir-lhes à cara com a naturalidade do nosso talento, mesmo que eles é que sejam os maiores, os melhores, os mais ricos, ou que mandem na União Europeia. No campo podemos ser melhores do que eles, e não dizemos isso de muitas coisas. Imaginem, então, o degredo que era irmos ao Leste jogar um grupo como o dos mijões dos gregos, e ainda termos um azar nos oitavos, como em 2008? O que se quer é aquilo quentinho desde o primeiro pontapé de saída, tragá-los a todos como em 2000 ou, no pior dos casos, quinar alguém que interessa antes de vir para casa. Europeu para nós só com jogos a sério. Não é à toa que em 2004 demos duas abébias aos gregos: o que nós queríamos era aviar espanhóis, ingleses e holandeses, o resto eram trocos.

E o sorteio até teve a gentileza de nos afastar de França e Itália, esses porcos do Sul que nos põem sempre a coçar. O universo tem a consciência de que o nosso forte é o eixo anglo-centro-germano-nórdico e fez questão de ser fofo. Quem é que se arrelia com os dinamarqueses? É como pôr aqueles putos que são os maiores nos jogos de aviões a conduzir um a sério. Ganhar as qualificações é como ganhar os treinos, e o pessoal lá de cima vai ter de aprender da pior maneira como elas mordem quando não estamos todos a brincar.

A cena do medo em relação a este sorteio só percebia se fosse holandês. Porra, aí sim. Tinha perdido a noite e já tinha ligado a alguma associação de protecção à vítima. Nos últimos 10 anos pusemos os gajos fora de dois Mundiais e de um Europeu... Marcámos-lhes golos que desafiam as leis da física, e em Nuremberga, quando se tornou numa batalha... ganhámos na mesma. Acho que devíamos ser processados pelo que fazemos aos holandeses.

E no fim a Mannschaft, qual cereja no topo do bolo, nos dias em que a imperatriz pensa que isto é tudo deles outra vez. É como apanhar no recreio o cabrão do miúdo culpado por estarmos de castigo; é o universo, na sua infinita sabedoria, a convidar-nos a ajustar contas lá no campo, onde somos todos iguais.

A única coisa que correu mal foi não podermos apanhar os ingleses logo nos quartos-de-final. É uma vergonha já não haver respeito pelo melhor cliente da casa.

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