quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Go big or go home


Ainda não sei se vou conseguir ver o jogo. Sei que, veja ou não, o Marítimo joga hoje uma das partidas mais importantes da sua História. Se formos capazes de voltar a ganhar em Alvalade, como há três meses, acredito que passamos a ser o candidato número 1 à conquista da Taça de Portugal. Não pudemos dizer isto muitas vezes. Desde o mítico Campeonato de Portugal em 1926 que duvido termos estado sequer numa situação parecida. Nas nossas duas idas ao Jamor, fomos gigantes nas meias-finais (fazendo cair os campeões Porto, em 1995, e Boavista, em 2001), mas entrámos na final sempre como underdogs, para jogar com Sporting e Porto, respectivamente. Desta vez jogaríamos uma meia-final a duas mãos, e num cenário em que os grandes e até o Braga e o Guimarães já estariam fora. Um cenário para ser todo nosso.

É um momento singular. Como em todas as grandes histórias, o desafio era extraordinariamente difícil, porque a única chance era vencer um Benfica invicto e ir depois a Alvalade eliminar o melhor Sporting em anos; mas é um desafio que tivemos o mérito de fazer viver, e perante o qual, agora e por todas as razões, temos de estar à altura. E se há algum Marítimo com nível para estar, é este. Vi termos algumas grandes equipas: Vingada 2002, Cajuda 2004, Lazaroni 2008, Mitchell 2010. É justo reconhecer, contudo, que, desde o início dos anos 90 e do mítico Trio Maravilha de Autuori, nenhum Marítimo terá provocado tanto entusiasmo como este.

Hoje o destino abre-nos a porta da História. Orgulho-me imensamente deste grupo, mas hoje não é dia de vitórias morais. Não chega jogar bem e vender cara a derrota. Hoje não há como conformar-se, porque quando a História nos bate à porta não podemos ceder às probabilidades, não podemos ser só normais. Hoje, como nos grandes momentos do nosso passado, temos de mostrar que ser o Marítimo é ser maior. Hoje temos de ser o Marítimo mais do que nunca.

Sem comentários: