terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Vivos


O Chelsea foi finalmente feliz. Numa partida modesta, com poucas oportunidades, é verdade que não brilhou, nem sequer jogou mais do que o City, mas teve o mérito de, com um golo sofrido absolutamente a frio, e com tudo a perder, ainda ter ido a tempo de acreditar que era possível. Depois foi saber ter estrelinha. É uma grande vitória de Villas-Boas. Tem corrido quase tudo mal a este Chelsea e, apesar de já ter mostrado que há ali futebol para mais, há uma semana a sepultura estava escancarada: 12 pontos de atraso para o primeiro, derrotas em todos os quatro jogos grandes!, e a própria Liga dos Campeões em risco. Sem um fio de rede que o segurasse numa semana que podia definir o rumo da sua carreira, Villas-Boas foi supremo. Ganhou em Newcastle, casa da equipa-sensação da Liga, ganhou o grupo da Champions ao Valência, e hoje impôs a primeira derrota da época ao líder.

O homem do jogo, qual assinatura do novo Chelsea de "miúdos", foi um tal de Danny Sturridge. Avançado, 22 anos, nome menor ainda que com história nas selecções jovens inglesas, parecia condenado a uma época de jogos na sombra. Hoje, como nos últimos tempos, deixou Torres e Malouda no banco, Anelka na bancada, e inventou os dois golos da vitória. É um avançado moderno, móvel, de remate fácil, com um grande pé esquerdo. É capaz de dar que falar no Euro.

No fim, mesmo na noite de um Chelsea onde agora pontificam ele, Ramires, Meireles ou Mata, Lampard marcou o golo da vitória, Drogba foi o farol que iluminou os últimos minutos, e Terry o mais entusiasta de todos nos festejos. Omnipresentes, quais monstros destinados a proteger Stamford Bridge para a eternidade. No fundo, o Chelsea são eles. Numa era de renovação, a equipa precisará dos três mais do que nunca.

O 2-1 de hoje não muda praticamente nada no panorama da Premier League. City e United continuam a ser os grandes favoritos, 7 pontos de atraso continuam a ser muita coisa, e não é garantido que este Chelsea já tenha sequer força para se aguentar sobre as próprias pernas. Certo é que, no momento do tudo ou nada, a equipa mostrou que está viva. Foi essa a primeira grande vitória de Villas-Boas. Era também a mais difícil.

Sem comentários: