"Passa da meia noite e assim se inicia o dia mais importante da vida de Vítor Pereira. Apoio-o. Não por inteira convicção, mas pelo desejo convicto de dizer que tentei tudo. O medo do remorso no adeus faz de mim um cobarde narcisista, um conservador-romântico temeroso dos ocasos. Duvido do treinador, gosto do homem, custa-me a magnitude da desgraça que há muito lhe faz uma espera. Não contem comigo para ter razão antes do tempo. Fico na pista até à derradeira valsa."
Bruno Sena Martins antes do Shakthar-Porto, em Avatares de um Desejo
Depois do descalabro em Coimbra, a sobrevivência imediata de Vítor Pereira dependia não de uma, não de duas, mas de três vitórias seguidas. Shakthar-Braga-Zenit, chegar ao Natal líder da Liga e nos oitavos-de-final da Champions. O Porto sobreviveu a Donetsk, passou o Braga, as hostes ganharam um entusiasmo compreensível mas, como escrevi logo após esse jogo na Ucrânia, este Porto trilhou um caminho que não costuma ter regresso. Ninguém acreditava verdadeiramente na mudança, no máximo tentava crer que o falhanço quem sabe não chegasse. Chegou hoje.
Com o melhor plantel do grupo mais acessível que disputou em anos, o Porto sai da Liga dos Campeões pela porta dos fundos, frente a um Zenit banalíssimo, porque, em casa, não foi capaz de marcar um único golo aos russos. A meia-hora do fim já o destino parecia consumado, o que fala por si. O Porto meteu bolas na área, instalou-se no meio-campo russo, mas os jogadores pura e simplesmente não acreditavam. Ninguém acreditava, e quanto a isso não há nada a fazer. Vítor Pereira voltou a entrar com um onze que não era a sua melhor equipa, voltou a abdicar do meio-campo durante uma parte e voltou a fazer uma caricatura de tudo isto, alimentada, ainda por cima, pelo inócuo "caso Danny", que instigou todo contente antes do jogo, tornando a técnica de "guerrilha" numa piada desoladora.
Olhando para o modus operandi do clube, provavelmente Vítor Pereira até vai continuar em funções, pelo menos enquanto não comprometer a campanha interna. Não restam dúvidas, contudo, de que desta vez Pinto da Costa deu um potente tiro ao lado.
Com o melhor plantel do grupo mais acessível que disputou em anos, o Porto sai da Liga dos Campeões pela porta dos fundos, frente a um Zenit banalíssimo, porque, em casa, não foi capaz de marcar um único golo aos russos. A meia-hora do fim já o destino parecia consumado, o que fala por si. O Porto meteu bolas na área, instalou-se no meio-campo russo, mas os jogadores pura e simplesmente não acreditavam. Ninguém acreditava, e quanto a isso não há nada a fazer. Vítor Pereira voltou a entrar com um onze que não era a sua melhor equipa, voltou a abdicar do meio-campo durante uma parte e voltou a fazer uma caricatura de tudo isto, alimentada, ainda por cima, pelo inócuo "caso Danny", que instigou todo contente antes do jogo, tornando a técnica de "guerrilha" numa piada desoladora.
Olhando para o modus operandi do clube, provavelmente Vítor Pereira até vai continuar em funções, pelo menos enquanto não comprometer a campanha interna. Não restam dúvidas, contudo, de que desta vez Pinto da Costa deu um potente tiro ao lado.
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