terça-feira, 6 de novembro de 2012

Downton Abbey, season 3


Os predicados de estrutura continuam todos lá: a elegância, a bela realização e o requinte da reconstituição histórica. Com três temporadas feitas, a proximidade e a pessoalidade para com o espectador também já são dados mais do que adquiridos.

A realidade é que nunca voltou a bater o deslumbre da temporada de estreia. A inteligência, a classe e a descoberta foram assimiladas, e solidificaram-se num status quo que, sendo confortável, já não empresta o ritmo da novidade. Mesmo que a analogia não seja totalmente justa, está hoje mais próxima do desflorar de uma novela, lento nas suas pequenas relações, do que da capacidade reinventiva de uma série (o meio de temporada ofereceu o único grande episódio).

Numa temporada orientada sobretudo para a mecânica da família, Maggie Smith continua a ser a estrela mais reluzente do elenco, senhora de um sarcasmo desconcertante, que quebra a acção uma e outra vez. Rob James-Collier, na pele de um vilão fora do controlo, evidenciou-se de vez como um dos melhores. Allen Leech, o plebeu da família, até pelo que se lhe pede este ano, é outro dos destaques, numa lista onde é justo constar, mais uma vez, Dan Stevens, o menino bonito.

Sem confirmação da temporada 4, haverá um especial de Natal em Dezembro, e a possibilidade de uma prequela está em cima da mesa. Downton Abbey continua a ser um tempo bem passado, mas já não esconde que entrou na sua fase cómoda.

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