sábado, 24 de novembro de 2012

O meu reino por um médio


Há 5 ou 6 equipas na Europa das quais se pode dizer, com certeza, que jogam realmente para ganhar tudo. O United, como é evidente, é uma delas. Com a liderança da Premiership a um fio, e o grupo da Champions ganho, a época está a correr bem, e o ataque, não só tem deslumbrado, como tem ganho, muitas vezes por si só, jogos atrás de jogos.

Apesar disto, há uma coisa que tem de perturbar todos quantos vêem os jogos da equipa de Ferguson: a pobreza inacreditável do seu meio-campo, que tem sido mais ou menos negligenciado a nível de reforços ao longo dos últimos anos. Esta época até poderia ser diferente, já que Kagawa foi resgatado ao Borussia por 25 milhões. Infelizmente para o Manchester, o talentoso japonês, que até começou muito bem a época, teve uma lesão complicada, e voltou a escancarar a vulnerabilidade do sector. Old Scholes e Magic Ryan, realisticamente, já só são jogadores de balneário. Carrick é um trinco de parcas ideias, Fletcher não tem talento que chegue, Cleverley continua a ser um ponto de interrogação, e Anderson é um case study perturbador, de um criativo genial que se tornou num operário mais ou menos inexpressivo.

Os 7 avançados de luxo têm dado para quase todas as encomendas, mas, ao ver o Manchester jogar, chega a ser agonizante a falta de rasgo na cabeça da área. Diria mesmo que, qualquer médio titular, de qualquer uma das melhores equipas europeias, jogaria de caras no meio-campo de Ferguson. Com Ozil, Modric, Yaya, Silva, Óscar, Hazzard, Bastian, Kroos, Goetze, ou com uma perna de qualquer médio do Barça, é possível que o United fosse totalista de pontos na Premier League. Em Janeiro, não pode haver nada na mente de Ferguson que não o reforço sério do sector porque, mesmo que o seu ataque continue a desafiar quase todas as leis, dificilmente se ganham títulos sendo rudimentar a criar jogo nas costas dos avançados.

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