sábado, 10 de novembro de 2012

Wenger used to know


Arsenal a ganhar por 2-0. Fulham a virar para 2-3, em pleno Emirates. Arsenal a fazer 3-3 e, no último minuto dos descontos, a ter o penalty que lhe daria o 4-3. Um penalty mal assinalado... e que foi defendido superiormente por Mark Schwarzer.

Em mais sítio nenhum do mundo há futebol deste quilate. O Barça e o Real são um azar de caminho, um acaso, são a excepção que confirma a regra de que a Premiership é, a alguns anos-luz de distância, o melhor campeonato do planeta.

O Fulham é uma das surpresas do ano. O 3-3 de hoje é um resultado paradigmático do seu futebol: sofre muitos, mas marca que se farta, e é, neste momento, de forma extraordinária, o 2º ataque da competição. Aos 31 anos, Berbatov continua a ser um jogador deslumbrante. Físico, classe e inteligência, sempre no lugar certo, sempre a tocar a bola como se pede. Causou estranheza que, no fim do mercado, tivesse preferido o Fulham à Juve, mas claro que estava certo. A Premier League não é coisa que se troque de ânimo leve. A acompanhá-lo, um costa-riquenho que se parece com ele: grande, mas com perfume no pé. No apoio directo ao búlgaro, Bryan Ruiz tem-se fartado de jogar. A equipa tem revelado bastantes soluções, como Petric e Rodallega por ocasião, mas ainda merecem o destaque três veteranos: Riise e Duff, já longe das noites grandes da Champions, e ainda Schwarzer, apesar dos golos sofridos, continuam a ser ases. Grande trabalho de Martin Jol.

O Arsenal é um caso incompreensível. Um clube tão grande, com tantos meios, ainda hoje, possivelmente, o 2º maior do país, que não ganha títulos desde 2005, e que não consegue lutar pelo título desde 2008. Hoje, como Fergie, Wenger confunde-se com o clube, a diferença é que, com todos os méritos, o seu Arsenal caiu numa regressão insuportável nos últimos 5 anos. Os melhores jogadores já só pensam em ver o clube pelas costas, e os craques fogem para os rivais. A formação continua a ser das melhores da Europa, mas, este ano, até a qualidade do futebol é discutível. No fim desta jornada, e com menos de um terço de liga jogada, a diferença para todo o trio da frente será de 10 ou mais pontos, e o grupo da Champions será provavelmente perdido para o Schalke. "Wenger knows best", agitavam, em tempos, os adeptos do Arsenal. Esse Wenger, contudo, perdeu-se no caminho. Custa a crer que o Arsenal possa continuar assim muito mais tempo.

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