sábado, 24 de novembro de 2012

In the Name of the Father (1993)


Verdadeiramente brilhante.

Daniel Day-Lewis, então com 35 anos, e já depois do primeiro Óscar, é avassalador, na sua encarnação de personagem própria de um artista plástico, camaleónico, poderoso e emocional. Acompanham-no, à altura, um Pete Postlethwaite de extrema grandeza e empatia (faleceu no ano passado), e uma Emma Thompson com engenho e carisma, também no início dos 30.

A realização de Jim Sheridan é genuína e inteligente, capaz de concretizar cenas de um nível altíssimo quando elas se proporcionam, e a banda sonora evidencia-se, com excelente música de época e com o magnífico single "You Made Me the Thief of Your Heart", cantado por Sinead O'Connor e escrito por Bono, e que foi nomeado para o Globo de Ouro de melhor Música Original.

Finalmente, a adaptação de argumento da história verídica de 4 norte-irlandeses erradamente condenados por um atentado à bomba em Londres, em 1974, no pico do separatismo que opunha a Irlanda do Norte à Inglaterra, é genial. Terry George (que escreveria depois Hotel Ruanda) e o realizador Jim Sheridan fazem do livro de Gerry Conlon (personagem de Day-Lewis) um texto perfeito para o ecrã, com classe e consistência a reproduzir a cadeia de acontecimentos, com uma aposta bem medida nos momentos certos, e com uma pessoalidade e uma densidade nas personagens absolutamente fantástica, que faz de um evento histórico, igualmente uma história comovente sobre paternidade, e sobre a descoberta de si próprio, de um lugar no mundo e daquilo em que se acredita.

In the Name of the Father foi nomeado para 7 Óscares (Filme, Realizador, Actor Principal, Secundário, Secundária, Argumento Adaptado e Edição), e, mesmo não tendo ganho nenhum, é um indiscutível must-see.

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