sábado, 26 de junho de 2010

Cosa Nostra #3

Portugal - Brasil, 0-0

Portugal fez um jogo pragmático. O Brasil estava desfalcado, não tinha especial interesse no jogo, e à Selecção bastava o empate para selar a passagem. Abandonamos, então, o futebol de picos que se viu contra a Coreia, e voltamos à abordagem do jogo com a Costa do Marfim: uma equipa fechada, muito dura nos blocos, e a privilegiar, sempre, a segurança atrás. Sem fazer uma apologia do futebol defensivo, ou do jogo mais feio, acho que, ao contrário do primeiro jogo, Queiroz abordou como tinha de abordar. Dava, talvez, para fazer um jogo nas mesmas bases, mas com muito mais perigo na transição, se, em vez de Ricardo Costa, Pepe, Duda e Danny (infelizmente, não há maneira de pegar), tivessem estado Miguel, Pedro Mendes, Simão e Hugo Almeida. Queiroz exagerou nesse aspecto (4 centrais em campo, 0 pontas-de-lança), e esse extremo poderia ter saído mais caro, quando, por exemplo, aos 20 minutos a Costa do Marfim já ganhava por 2-0, e Portugal não saía do seu meio-campo. No fim provou-se, ainda assim, que é muito complicado nos marcarem golos e, no balanço, 0 derrotas e 0 golos sofridos, no grupo da morte, é bastante bom. A partir dos oitavos pede-se, contudo, um pouco mais de tacto: mesmo que o adversário se chame Espanha, fazer uma equipa para não jogar, não nos levará a lado nenhum.

Jogadores:
MVP novamente o Coentrão. Aligeirou alguma coisa no fim do jogo, mas fica para a história mais uma grande exibição, e desta vez com um senhor chamado Maicon pela frente. Perfeito a defender, ainda foram dele as únicas boas ideias do jogo português na primeira parte.

Ronaldo, vetado a 9, fez o que pôde, e foi o melhor no período mais forte da Selecção, na 2ª parte. A nossa melhor oportunidade no jogo é com ele no meio de 3 adversários, por todo o meio-campo brasileiro. Simão entrou muito bem, e tinha justificado a titularidade. E por fim Eduardo: não foi muito posto à prova durante os 3 jogos, mas, hoje, com Nilmar isolado à sua frente, fez uma daquelas defesas que valem jogos. Bom sinal para o que falta.

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