Eslováquia - Itália, 3-2
A queda italiana é uma aberração. Sobretudo, tendo em conta a pobreza dum grupo em que as estreantes Eslováquia e Nova Zelândia produzem no limite do zero, e o Paraguai surge como a mais discreta equipa sul-americana. Mesmo sem o espalhafato francês, para mim o falhanço italiano é o mais perturbador. No banco estava Lippi, não um palhaço qualquer, havia calma, método, e o talento do costume. Nada justifica que o Campeão do Mundo saia de cena sem vitórias, e em último, no grupo mais pobre da prova. Com Prandelli, a partir de Setembro, estão abertas as portas duma Revolução.
Paraguai - Nova Zelândia, 0-0
Sem nunca lhe terem exigido muito, o Paraguai ganhou o grupo tranquilamente. Mesmo assim, isso não é sinónimo de que o Japão, nos oitavos, vá ser um adversário acessível. A Nova Zelândia, incrivelmente, despede-se do seu primeiro Mundial sem uma única derrota. Belíssimo.
Camarões - Holanda, 1-2
Valendo o que vale, a Holanda teve o nervo suficiente para fazer o pleno. É disso que se fazem os campeões. Com a Itália fora do caminho, a Laranja tem tudo para estar nas meias-finais.
Dinamarca - Japão, 1-2
Admiro a competência das equipas asiáticas. Tipicamente sem o talento sul-americano, europeu ou africano, conseguem ser equipas competitivas por se trabalharem tão bem, ou seja, por cuidarem de todos os detalhes do jogo que podem estilizar. O Japão qualificou-se através de dois livres directos. Um apuramento quase à régua e ao esquadro, puro de equilíbro, ainda que ponteado, aqui e ali, por bons apontamentos de qualidade. Uma equipa que se gosta, este Japão. A Dinamarca, depois do tractor da qualificação, parece uma equipa perdida no tempo. Com um meio-campo ofensivo de veteranos, houve uma imensa falta de ideias, e a equipa pareceu sempre banal, até não resistir ao inócuo jogo directo. Mesmo que não tão prolífica em potencial quanto outras, à Dinamarca exigia-se, pelo menos, organização e intensidade. Saíu pela porta pequena.
Jogadores:
Dinamarca - mais do que pelo velho Tomasson, ou do que por Rommedahl ou Jorgensen, o futuro da Dinamarca passará por Niklas Bendtner. O 9 do Arsenal é um colosso, cheio de vida, e é ele quem deverá liderar uma Dinamarca que se quer renovada para 2012. Notas positivas também para o defesa-esquerdo Simon Poulsen, forte a sair para o ataque.
Japão - todo um parágrafo para falar de Keisuke Honda. O médio-ofensivo do CSKA é um jogador fantástico. Rápido, com um pé esquerdo iluminado, permanentes recursos, grande técnica e remate. Parece sul-americano, e justifica sair da Rússia o mais rápido possível.
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